No dia 24 de Novembro vivemos uma nova greve geral. Até se compreende que estejamos todos tristes, desconsolados, revoltados. Mas contra quem? Contra este governo? Disparate, pura demagogia! Talvez contra os últimos 10 governos. Talvez contra nós próprios, que vimos o País a afundar e pouco, ou mesmo nada, fizemos. Mas interessará agora tentar encontrar os culpados? Para quê?
Interessa, sim, olharmos em frente e descortinarmos soluções, alternativas, caminhos. Ora, uma greve geral não aponta para lado nenhum, e assim não servirá a ninguém. Ou melhor, serve, sim, mas para demonstrar à Europa e ao Mundo, que num momento em que todos devemos trabalhar mais e melhor, fazemos greve. E assim, como querem que a Europa e o Mundo nos vejam? Diversos jornalistas estrangeiros presentes em Portugal apressaram-se a transmitir para os órgãos de comunicação social dos seus países, o que por aqui se passava. Que afinal os portugueses não estão assim tão preocupados com a crise, pois, em vez de estarem a trabalhar, num dia de trabalho normal, estavam nos centros comerciais.
Apenas estamos a dar sinais negativos. E como diz um amigo meu, perante o que se passa, “assim, não vamos lá!”.
Escrevi no editorial da edição de Setembro deste ano, que o Futebol é um Espectáculo. E que deveria ser expurgado tudo o que não fosse esse espectáculo, pois só assim as empresas, os patrocinadores, grandes alicerces e suporte desse espectáculo poderiam continuar a apolar o futebol, pois só assim as Marcas poderão endossar os seus valores. Ora, a resposta a este repto, a este alerta, foi-nos dada num dos momentos em que mais espectadores, clientes, estão a olhar para um ecrã de televisão. Num derby, num jogo entre duas das principais equipas portuguesas, em que o jogo, o futebol, a paixão, os valores deveriam vir ao de cima, e transmitidos aos milhões que estão a ver, e a sentir o jogo, veio a resposta. A provocação de um incêndio numa das bancadas do estádio, destruindo uma parte considerável desse património.
Alguém deve tentar explicar o que se ganhou, o que vou ter dificuldade em entender, mas compreendo perfeitamente o que se perdeu. Do jogo, do golo, do resultado, das jogadas, dos jogadores, do ambiente, do tema que as empresas estão interessadas que se fale, pouco ou nada. Apenas do incêndio e seus derivados. E relembro a frase do meu amigo, “assim, não vamos lá!”.
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