segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Que País este!

Que País este!:

Ricardo FlorêncioNo dia 24 de Novembro vivemos uma nova greve geral. Até se compreende que estejamos todos tristes, desconsolados, revoltados. Mas contra quem? Contra este governo? Disparate, pura demagogia! Talvez contra os últimos 10 governos. Talvez contra nós próprios, que vi­mos o País a afundar e pouco, ou mesmo nada, fizemos. Mas interessará agora tentar encon­trar os culpados? Para quê?



Interessa, sim, olharmos em frente e des­cortinarmos soluções, alternativas, caminhos. Ora, uma greve geral não aponta para lado ne­nhum, e assim não servirá a ninguém. Ou me­lhor, serve, sim, mas para demonstrar à Europa e ao Mundo, que num momento em que todos devemos trabalhar mais e melhor, fazemos greve. E assim, como querem que a Europa e o Mundo nos vejam? Diversos jornalistas estran­geiros presentes em Portugal apressaram-se a transmitir para os órgãos de comunicação so­cial dos seus países, o que por aqui se passava. Que afinal os portugueses não estão assim tão preocupados com a crise, pois, em vez de es­tarem a trabalhar, num dia de trabalho normal, estavam nos centros comerciais.



Apenas estamos a dar sinais negativos. E como diz um amigo meu, perante o que se pas­sa, “assim, não vamos lá!”.



Escrevi no editorial da edição de Setem­bro deste ano, que o Futebol é um Espectá­culo. E que deveria ser expurgado tudo o que não fosse esse espectáculo, pois só assim as empresas, os patrocinadores, grandes ali­cerces e suporte desse espectáculo poderiam continuar a apolar o futebol, pois só assim as Marcas poderão endossar os seus valores. Ora, a resposta a este repto, a este alerta, foi-nos dada num dos momentos em que mais espec­tadores, clientes, estão a olhar para um ecrã de televisão. Num derby, num jogo entre duas das principais equipas portuguesas, em que o jogo, o futebol, a paixão, os valores deveriam vir ao de cima, e transmitidos aos milhões que estão a ver, e a sentir o jogo, veio a resposta. A provocação de um incêndio numa das banca­das do estádio, destruindo uma parte consi­derável desse património.



Alguém deve tentar explicar o que se ga­nhou, o que vou ter dificuldade em entender, mas compreendo perfeitamente o que se per­deu. Do jogo, do golo, do resultado, das joga­das, dos jogadores, do ambiente, do tema que as empresas estão interessadas que se fale, pouco ou nada. Apenas do incêndio e seus de­rivados. E relembro a frase do meu amigo, “as­sim, não vamos lá!”.






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