Não é de agora a guerra de patentes entre a Apple e a Samsung. Recentemente, o juíz britânico Colin Briss ordenou que a empresa da maçã publicasse um comunicado no seu site e avançasse com anúncios de imprensa no Reino Unido, em meios como o The Guardian, o Daily Mail e o Financial Times, onde admita que a Samsung não copiou o design do iPad no desenvolvimento dos seus tablets Galaxy.
De acordo com informações da Bloomberg, a decisão do juíz segue-se a uma outra deliberação, de 9 de Julho, em que se concluiu que a Samsung não infringiu as patentes da Apple, uma vez que o tablet da fabricante sul-coreana não é tão “cool” como o da empresa norte-americana.”[Os tablets da Samsung] não têm a mesma simplicidade extrema e subliminar do design da Apple”, pode ler-se na deliberação. “A impressão geral produzida é diferente”, remata.
A ordem do juíz seguiu-se a comentários feitos pela Apple após a tomada da sua primeira decisão, em que a empresa liderada por Tim Cook avançou com um comunicado onde afirmava: “Não é coincidência que os produtos mais recentes da Samsung se pareçam muito com o iPhone e com o iPad, desde o formato do hardware até ao interface do utilizador, e mesmo a embalagem. Este tipo de cópia vulgar é errada e, como dissemos já por várias vezes, temos de proteger a propriedade intelectual da Apple quando as empresas roubam as nossas ideias”.
Ainda segundo a agência Bloomberg, Briss recusou os pedidos da Samsung para bloquear os comentários da Apple. «Eles têm direito à sua opinião», afirmou. Não obstante, a Samsung deixou claro que as afirmações da empresa norte-americana prejudicaram o seu negócio.
Por agora Colin Briss decretou que a Apple deveria publicar um comunicado – cujo conteúdo não foi ainda especificado – no seu website do Reino Unido, durante seis meses, bem como em vários títulos da imprensa.
A decisão trará alguns constrangimentos à Apple, que nos seus anúncios nunca faz referência aos seus concorrentes. Esta estratégia parece ser, aliás, evitada no sector de bens electrónicos que, pelos elevados níveis de concorrência, evita o caminho da comparação. Ainda que tenha apostado numa série de peças de publicidade que opunha o Mac ao PC, numa referência ao software Windows, da Microsoft, a empresa da maçã nunca referiu os nomes dos seus rivais.
Já a Samung não terá optado pelo mesmo caminho, tendo satirizado o comportamento dos consumidores da Apple em anúncios, sem referir o nome da concorrente. Nos EUA, por exemplo, a companhia sul-coreana chegou a retratar em anúncios filas de pessoas a aguardar o seu novo telefone. Um cenário comum nos lançamentos de dispositivos Apple.
De resto, a decisão do juíz britânico pretende corrigir «qualquer impressão» que tenha sido transmitida ao mercado de que a Samsung copiou a Apple. Para já, a empresa de Tim Cook não emitiu mais declarações oficiais sobre a decisão.
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