quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Os 13 passos obrigatórios para um país abandonar o euro

Os 13 passos obrigatórios para um país abandonar o euro:

EurosNuma altura em que a Grécia vê ameaçada a sua permanência na zona euro, Jonathan Tepper, editor chefe da Variant Perception, listou as medidas que um Estado será obrigado a tomar dias antes de abandonar o euro. Segundo o jornal Dinheiro Vivo, são as seguintes:




1. Organizar uma sessão parlamentar especial a um sábado, com o objectivo de aprovar legislação que inclua todos os detalhes da saída do euro. Entre os principais elementos que terão de ficar definidos está a introdução de uma nova moeda, o processo de saída de circulação da divisa anterior, bem como a criação de mecanismos de controlo de capital e a transferência da dívida existente para uma nova moeda. No caso de Portugal, a previsível desvalorização significativa da futura moeda, implicaria um aumento considerável do montante de dívida pública, que actualmente está em euros.



2. Criar uma nova moeda que, em princípio, significaria um regresso à divisa pré-euro. Para Portugal, o escudo. Todo o capital que esteja dentro das fronteiras nacionais passará a estar sob essa nova denominação. Dívida ou depósitos detidos por cidadãos nacionais, mas fora do país, não sofrerão qualquer tipo de alteração.



3. Voltar a colocar o banco central nacional (no nosso caso, o Banco de Portugal) à frente de toda a política monetária, sistema de pagamentos, gestão de reservas, etc. Tepper recomenda que o banco central não financie passivos orçamentais para manter taxas de juro e inflação baixas, embora refira que este último ponto não é essencial para a saída.



4. Impedir transferências de capital durante o fim-de-semana. Criar um mecanismo de controlo de capital para impedir uma fuga maciça de capitais para o exterior.



5. Declarar um ou dois feriados obrigatórios para os bancos, permitindo-lhes que façam as alterações necessárias na sua atividade.



6. Iniciar um processo gigantesco para marcar com tinta ou colar selos em notas de euro já existentes. Deverão ser criados balcões de troca de divisas por todo o país. As notas de euro passariam a ter o mesmo valor que a nova moeda.



7. Imprimir novas notas o mais rápido possível. Assim que existam notas suficientes para começar a circular, deve iniciar-se o processo de substituição das notas marcadas anteriormente.



8. Permitir que a moeda seja comercializada livremente nos mercados internacionais, deixando-a sujeita a flutuações. No caso do escudo, isso iria provocar uma desvalorização significativa do valor da divisa.



9. Criar mecanismos mais céleres de gestão de falências e dar mais recursos aos tribunais responsáveis por estes processos. Prevendo-se que os pedidos de falência disparem, será importante torná-los os mais ágeis possíveis.



10. Iniciar negociações para uma reestruturação da dívida, possivelmente intermediadas pelo FMI.



11. Notificar o Banco Central Europeu (BCE) e trabalhar em conjunto com a instituição liderada por Mario Draghi, de forma a criar mecanismos de segurança que actuem sobre os problemas que deverão emergir no sistema financeiro e no mercado interbancário.




12. Negociar com o BCE a avaliação dos actuais activos e passivos.



13. Por último, Tepper recomenda reformas no mercado laboral que rompam com o alinhamento dos aumentos salariais à inflação. Nos meses seguintes a uma saída do euro, a inflação deverá disparar. O seu controlo deve ser efectuado por meio de reformas estruturais de longo prazo.














Maioria dos portugueses acredita no programa da Troika

Maioria dos portugueses acredita no programa da Troika:

eurosondagem-barometroDe acordo com o estudo feito pela Eurosondagem para o Instituto Europeu da Faculdade de Direito de Lisboa, a maioria dos portugueses acredita que o programa da Troika vai tirar Portugal da crise.



Segundo o mesmo estudo, a maioria dos portugueses defende limites constitucionais ao endividamento, mas preferia pronunciar-se num referendo sobre o assunto.



Outros dados de assinalar sobre o estudo são os seguintes:



- 66,8% dos inquiridos defendem a participação de Portugal no Tratado de Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária;



- 15,7% estão contra a participação de Portugal no mecanismo, mas uma maioria de 53,3% defende que a participação portuguesa devia ser legitimada em referendo;



- 41,6% afirmaram que responderiam de forma positiva ao referendo, enquanto que 21,4% votaria contra sendo que a abstenção se situaria nos 18,9%;



- 47,4% concordam também com a inscrição de limites ao endividamento e ao défice na Constituição portuguesa enquanto 34,7% está contra e 17,9% ou não sabe ou não responde.



Segundo o Jornal de Negócios, este estudo de opinião foi feito a 9 e 10 de Fevereiro, através de 1021 entrevistas telefónicas a pessoas com mais de 18 anos, residentes em Portugal Continental e com lares com telefone fixo.









domingo, 5 de fevereiro de 2012

New York Times: “Portugal já não tem nada a perder, excepto o peso da dívida”

New York Times: “Portugal já não tem nada a perder, excepto o peso da dívida”:

europaA crise grega está a ter um efeito de contágio que está a afectar Portugal. Segundo Gonçalo Pascoal, economista chefe no Millenium BCP, Portugal tem sido traído mais por factores externos do que propriamente falhas internas.



No entanto existem importantes aspectos a referir no que toca ao cenário em que se encontra a economia portuguesa:



- Prevê-se que a economia portuguesa contraia 3% em 2012;


- O desemprego de 13,6% é um dos maiores da zona euro;


- Espera-se que a dívida pública portuguesa atinja os 112% do PIB este ano, em comparação com os 190 da Grécia;


- Em Setembro de 2013, Portugal vai ter de pagar 9 mil milhões de euros de dívida;


- Grécia e Portugal são os únicos países da zona euro a serem classificados como “lixo” pelas três maiores agências de rating internacional;


- Portugal aproxima-se cada vez mais da bancarrota.



É sob este pano de fundo que Portugal deverá pedir um segundo resgate. Portugal luta para cumprir o plano internacional e segundo o que o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho disse na passada terça-feira, Portugal vai cumprir com o acordo assinado em Maio “custe o que custar”.



Com as negociações entre a Grécia e os credores privados a decorrer, o mais certo é que Portugal, de acordo com o New York Times, vá querer também “um desses” nos próximos dias, disse Edward Hughes. “Portugal não tem nada a perder, excepto o peso da dívida”, afirma o analista.



“Vai ser duro para Portugal, mas estamos a falar de números diferentes, e o sistema fiscal português é muito mais eficiente”, disse Albert Jaeger, chefe da delegação do FMI em Lisboa. “A vantagem mais importante é que em Portugal existe um consenso político e social”.



Segundo o mesmo jornal, Portugal poderá enfrentar ainda uma das recessões mais graves do mundo ocidental.







A troika exagerou na austeridade?

A troika exagerou na austeridade?:

thomsen1Recessão, Desemprego e Crise Europeia são três razões para se abrandar o ritmo de austeridade. Poul Thomsen, líder da equipa da troika, já o admitiu.



“Temos de que abrandar um pouco no que diz respeito ao ajustamento orçamental e andar muito mais depressa na implementação de reformas estruturais”, afirmou ontem o representante do FMI numa entrevista ao jornal grego Kathimerini.



A troika tem estado errada relativamente às suas previsões, tendo sido bastante optimista. Por exemplo, em relação à taxa de desemprego média para 2011, estava estimada em 12,1%, tendo ficado nos 12,5%. Para 2012 a troika prevê uma taxa média de 13,7%, mas o Banco de Portugal tem uma perspectiva mais pessimista: estima que esteja em níveis “historicamente elevados” até 2014, noticia o jornal Dinheiro Vivo. “É sempre muito difícil fazer essa estimativa. Nunca se sabe qual é a medida certa”, explica Miguel Beleza, antigo ministro das Finanças.




Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro de Portugal já tinha afirmado que os acordos serão cumpridos “custe o que custar”. Enquanto uns empurram para um lado e outros para o outro, João Rodrigues, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, considera que esta diferença nas declarações públicas é reveladora: “Quando temos um responsável do FMI e um membro de um Governo nacional com os papéis invertidos, é surreal. Diz-nos que este Governo é feito por gente ideologicamente fanatizada.”



No segundo trimestre espera-se, então, uma suavização das metas.






quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O que trouxe de novo a Cimeira Europeia?

O que trouxe de novo a Cimeira Europeia?:

cimeiraSaiba o que foi acordado na Cimeira Europeia que se realizou hoje, de acordo com o site Dinheiro Vivo:



1. O Tribunal Europeu de Justiça terá poderes para impor sanções a países que apresentem défices excessivos. Estas multas podem ir até 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB);



2. Os governos terão que manter os défices orçamentais num máximo de 0,5% e promoverem uma redução da dívida pública para um tecto de 60% do PIB;



3. Para promover o crescimento económico na Europa, foi decido alocar fundos europeus não utilizados, e que rondam os 82 mil milhões de euros, para programas de criação de empregos. Como é um dos oito países mais afectado pelo desemprego, Portugal será ajudado com parte dessa quantia.



4. O reforço da mobilidade laboral é outro dos pontos do programa de promoção do emprego, designadamente com novas regras para o reconhecimento de qualificações profissionais e o recurso ao Fundo Social Europeu para a criação de novos projectos de estágio e empreendedorismo.



A próxima Cimeira Europeia realiza-se a 1 de Março.